1.É de bom-tom sempre guardar o nome dos garçons, afinal de contas é no ombro deles que vais chorar, ao som de “Nervos de Aço”, a inevitável, acachapante e humaníssima dor de corno.
2.Na saúde e na doença, a culpa será sempre do tira-gosto, ah, aquela calabresa, aquele torresmo, aquela azeitona me fez mal à beça… Jamais a culpa será da cachaça ou do whisky.
3.Boemia é como futebol, é ritmo de jogo, seqüência; se você a larga por uns dias, ela te pega na volta, mesmo que peças,suplicante, a tua nova inscrição.
4.A divisão do tempo da prosa, na mesa de um bar, deve obedecer ao seguinte critério: 50% sobre mulheres, 40% sobre futebol e 10% sobre as ressacas monstruosas, a nostalgia precoce das quedas. E que venham as próximas.
5.Procures sentar sempre nas primeiras mesas do botequim, se possível na calçada, pois todos os dias, alguma mulher irada sai de casa, revoltada com o consorte, e diz assim: “Hoje eu vou dar para o primeiro que encontrar”. Se bem colocado, este primeiro serás tu, bravo boêmio.
6.Direito máximo do consumidor boêmio: desde que o freguês não se incomode com água e sabão nos pés, poderá ficar no recinto até a descida do portão de ferro.
7.É livre o “pindura”, data vênia, para fregueses com mais de cinco anos de casa, como reza a lei do usucapião.
8.Meu bar/meu mar… É permitido nadar no seco.
9.Andem sempre com o endereço e os seus nomes completos pendurados na correntinha do pescoço.
10. No país da impunidade, a saideira é como a lei, existe para ser desobedecida. Seu garçom faça o favor! Mais uma!